quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Caminhos e Caminhos

“Quando pessoas, no passado, se aproximam de nós por puro interesse e destroem nossa confiança; acabamos errando, no presente, com pessoas que verdadeiramente nos querem bem! "Sei que a vida pode e deve me dar alguém inteiro"... quero muito acreditar nisso novamente.” (J. Perucchi)

E a dor nos visita. Ela vem por vários meios e formas: pessoas, gestos, palavras, rompimentos, mentiras, loucuras, destinos…

E após a dor vem a amargura de ter doído e ter vivido. E de perceber que não se é mais o mesmo e que confiar e sentir com clareza ainda vai demorar. Questiona-se tudo: atitudes tomadas, palavras não-ditas, em que se errou ou se houve acerto.

Depois vem a difícil e amarga noção que estamos calejados, que estamos fechados para balanço, que muros foram erguidos onde antes havia pontes.

E quando a vida coloca novas oportunidades, novos caminhos, trememos de medo, tememos a volta da mágoa anterior e tememos que seja uma ilusão o agora.

As pessoas são o que são. Não nos enganemos, pois os mesmos dilemas morais são enfrentados por todos a cada dia. O que nos diferencia são as escolhas.

Mas sinceramente, viver é um risco. Nascemos sozinhos arriscando o viver, e a cada dia, a cada passo, a cada respiração caminhamos em uma corda bamba sem rede, só não nos damos conta disso.

A dor pode até voltar, mas antes que ela venha, que vivamos intensamente grandes alegrias, que vivamos os grandes amores, que lutemos por nossos ideais, pois talvez, só talvez, o brilho da nossa felicidade diária possa ofuscar a trilha da mágoa em nossa direção.

E queiramos ser felizes.