sábado, 22 de junho de 2013

Devaneio...

 

A semana foi emocionante para mim. Minha formação em História me preparou para entender que todas as ações humanas são históricas, que os seres humanos são os agentes da história e que nossas ações conjuntas constroem nossa realidade social. Principalmente, ensinou-me que os embates e os conflitos podem ser positivos, pois produzem a mudança na qual nascem os elementos transformadores desse caldo social em que vivemos...

Entretanto, nada nos preparou para o que aconteceu. Uma manifestação, a polícia, a transmissão ao vivo pela TV... As redes sociais, os smartphones e sua generalização, que permitiram que pontos de vista diferentes fossem expostos, discutidos e contrapostos. A mobilização sem centro fixo, sem uma única cabeça, essa Hidra Social criada pelas novas redes virtuais, que tem deixado os governantes elouquecidos EM TODO MUNDO.

No meio disso tudo, uma cidade de médio porte (rs), bastante provinciana em sua essência, Juiz de Fora. Com usuários de redes sociais de alcance mundial e que se engaja nas mobilizações que ocorrem por todo o Brasil. Mobilizações democráticas, nas quais tudo é reivindicado, afinal "não é só por R$0,20..."

São tantos os problemas, que tudo se reivindica.
Quando tudo é urgente, nada é urgente?
Quando se quer tudo, nada se tem de fato?
Quando a pauta é tudo, nada é alcançado?

Curiosamente, a manifestação DEMOCRÁTICA determina o impedimento de bandeiras partidárias - demonstração clara que nossos partidos têm que fazer autocrítica, mas também uma demonstração de um sentimento AUTORITÁRIO LATINO AMERICANO curioso...

Democracia é debate, divergência e liberdade de expressão. Se o movimento é apartidário, perfeito. Se eu sou partidário e quero levantar a minha bandeira, não quer dizer que quero controlar o grupo, mas que meu partido se engaja nesse grupo.

Aliás, é bom lembrar: sindicatos, partidos políticos, movimento negro, movimento lgbt, movimento feminista, grupos diversos já tomam as ruas periodicamente há décadas, então não me venha falar que o “Gigante Acordou”…  Talvez ele tenha levantado o tronco do chão, mas suas pernas e braços já apontavam pra cima há muito tempo…

E pensei em algo agora… “Não queremos partidos políticos” era um dos gritos ouvidos. Eu pergunto:

- Quantos partidos políticos você vê passeando na rua e te cumprimentando todos os dias?

Eu nunca dei bom dia para o PSOL, PSDB, PFL (Refuto chamar de DEM), PT ou qualquer outro ao subir uma avenida da cidade. Partidos Políticos são compostos de pessoas e essas, carregando ou não bandeiras, continuam sendo os membros de seus partidos. Eles estão nos movimentos desses últimos dias e como não podem se assumir como partidários, ficam “enrustidos”. Ao fazer propostas, ao levantar pautas são mais perigosos ainda, pois por não assumirem ideologias políticas claras, não pode-se avaliar suas intenções ou agendas…

 

Enfim, vou voltar pro Dragon Age e salvar Ferelden dos Darkspawns…

 

Abraços a quem lê…