quinta-feira, 7 de junho de 2012

Paciência tem limite.

 

“Cavernas

Estalactites descem do teto. Estalagmites crescem do chão.

São cristais frágeis, nascidos da transpiração da rocha, do fundo das cavernas que a água e o tempo escavaram nas montanhas.

As estalactites e as estalagmites estão há milhares de anos se procurando na escuridão, gota após gota, umas descendo, outras subindo.

Algumas vão demorar um milhão de anos até se tocarem.

Não tem pressa”. (Eduardo Galeano)

E Lucia esperava. Esperava um marido sempre ausente, esperava os filhos nas madrugadas perdidas com bebedeiras, esperava as contas acabarem, esperava a vida melhorar. Esperava que sua juventude voltasse, que seus sonhos revivessem, que sua angústia passasse, que as pessoas reconhecessem seu valor.

Um dia, Lucia morreu.

Um comentário:

Artemion disse...

Muito bom, o poema e o texto. Pior que pra algumas pessoas, mesmo quando você chaqualha, bate, grita, elas ainda decidem por esperar...