“Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão
Porque os outros se calam mas tu não” (Sophia de Mello Breyner Andresen)
Tua saída fechou uma porta, que ressoou pela casa e pela minha alma como um trovão. Tua saída me angustia por apresentar a mim mesmo saídas e escolhas que por muito tempo fingi ignorar e pintei como paredes falsas em minha casa.
Ao partir, ergueste a cabeça, altiva, embora eu visse tua dor e teus medos.
Alguns esperavam gritos e ladainhas, feridas e palavras ásperas, mas nada disso foi dado a seu deleite perverso.
Saíste e apontaste a covardia que gritava, escondida sob facetas e teatros de sorrisos e beleza.
Teu prazer agora é teu, teu tempo agora é teu, pertences agora a ti mesma porque empurraste a terra que cobria o sepulcro em que jazias.
Caminha e pisa forte, deixando marcas de tua passagem por esse mundo estranho.
Um comentário:
meu amigo, saiba que estou saindo para poder ficar! =)
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